apois, estamos (des)educado por Daniel Minchoni a fazer dúbios de nós mesmos. E aqui está um dúbio do poema dele "Reflexos do Coice" (procure saber)
E aqui vai minha (di)versão:
COICE REFLEXIVO
não aprisione o burro em sua mente terras vagas pra um animal turrão. um galado livre empaca, mas anda pra frente
por não ser teu mascote, mas por amor, digo que sou, e só.
não julgue minhas medidas nem se quer o por quê de dizer isso a você. a ofensa da ferradura mundo novo que aprende: meu pasto é o mínimo e o mínimo elevado ao infinito é ofensa pra ter asno, jerico ou jumento. talvez coisas que até eu duvide meu cabresto é poesia me freia [sem] chicote sem atritos nem esporão a cem km/h passo 100 noção de livre arbítrio crença. meu coice é pegada poesia estampada na cara não só do tempo mas na mansidão do ex-passo lento
então não cavalgue em mim, humano pois como cavalheiro sendo cavalheiro pedante acha que sou anta e não dá conta de se ligar que sendo burro, jumento, mula, asno, jegue, jerico, muá tenho lucubrações
olhar pro lado é sempre lindo, não se cavalga sozinho. vo ar é junto construção sem a qual é intrínseca e dogmática de ser igual. e chega desse intuito de voltar a escravatura, deixe as rédeas do mundo nos guiar juntos. guarde as palavras e títulos pois o leito é inexorável e que seja imprevisível, menos constrangedor pra mim, você e quem estiver a nossa volta. ferraduras nos calcanhares, na cabeça rédeas, e vale sempre perguntar: por que em mim? se é você quem me empaca?
não ignore meus antepassados nem a marca do meu sangue nobre meu pai foi mais forte que um touro, ser vil mais de mil homens. minha mãe uma pobre mula ser vil de nobres a romeiros. também somos equinos de sangue limpo. chega de preconceito com a família dos “sem linhagem pura”. não sou nenhum berbere nem andaluz ou crioulo mas pra mim não importa, tanto faz.
sou burro livre do tempo e não tenho raça, sou isento. meu pai é o destino. e eu te juro: seja bretão ou finlandeses a diferença é nenhuma. depois de tantas súplices: por ser burro, não presto? entendeu que somos uma só raça?
respeitar os caminhos é dispensar rótulos e abrigos. tão livre quanto um mustang tão rápido quanto um cabardino o burro se compara e iguala com pônei ou tarpan não é para inflar meu ego sou também alazão não importa a cor que me tinge rótulos eu dispenso cansei desse torro coice do mundo.
o pior coice é o que dói o peito é ausente que corr(ó)i o lado de dentro por suas ilhas de servidas ofensas perdida pelo amor d’efeito. nossas servidões e seus dilemas de se perder do nosso jeito de fincar só zinho. diria o mestre: aprenda a lidar com o tempo sente esperar não é desistir.
sou seu irmão tu também é animal, de passos, não de trotes gritos, falácias palavras mais de ofensas do que de fatos. lembre-se do mantra: quando me procurou sabia de que era feito. em feitio de coração não se luta contra a natureza do animal. de nenhum. nem dos fracos que tombam. quiçá da força. qual bom burro de carga de alegrias e tristezas filho de falabella com frísios de falas relinchos confusos patas e focinhos compridos de tropas torpes separações por biótipos dos pequenos pôneis ao puro sangue inglês da alma legítima de tudo que limita e de tantas outras tortas coisas que serve para nada. esse que agora vos fala lhe deixa uma pergunta: a dúvida que trago na manga (larga) é chefe sobre mim ou sobretudo? não sou seu, nem tu é de mim mas com respeito vou contigo até o fim, por amor.
portanto, não acerte essa chibata no coro, me tira o sangue a ofensa no meu peito dói demais por dentro. respeite a nós e vou a galope. se me sentir ofendido adios amigo. não me merece contigo.
lembra sempre que truta tá do lado e não por baixo, quanto mais me tiver afeto, receberá o mesmo desta besta. quem se diz dono ou superior à um quadrupede qualquer o verdadeiro burro é.